quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Classificação das Pelagens

Os trabalhos conhecidos que enfocam a questão das pelagens seguem habitualmente a classificação francesa que, em parte, também seguimos.

A pelagem é o conjunto de pêlos, de uma ou de diversas cores, espalhados pela superfície do corpo e extremidades, em distribuição e disposição variadas, cujo todo determina a cor do animal. Apesar de haver muitos matizes diferentes, todas as pelagens agrupam-se inicialmente em três modalidades ou categorias - simples, compostas e conjugadas ou justapostas, cada uma delas com suas divisões e, que no total, forma 76 pelagens diferentes.

SIMPLES
São as pelagens formadas por pêlos e crinas da mesma cor.













*obs: os gaúchos consideram o gateado como tipo e não como variedade do baio simples

COMPOSTAS
pelos bicolores misturados, com crina e cola diferentes.





































*Obs.: os gaúchos consideram o gateado como tipo e não como variedade do baio-cabos-negros. A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos adota, para a resenha no registro genealógico, a pelagem gateada como tipo de pelagem com todas as suas nuanças, desde as mais claras até as mais escuras, visto tratar-se de uma característica racial importante, não só pela grande incidência nos rebanhos, mas também pela expressiva preferência entre os crioulistas.

JUSTAPOSTAS OU CONJUGADAS
Ma lhas e pintas de contorno irregular, mescladas com branco.




Doenças e Afecções - Polietrite dos Potros

Esta enfermidade atinge os eqüídeos, logo após o nascimento e é produzida por diversas espécies microbianas, que penetram pelo umbigo do recém-nascido. Depois de alcançar o sangue, a infecção é espalhada por todo o organismo e se localiza nas articulações e em outras partes.

SINTOMAS - Manifesta-se aos 8 - 15 dias do nascimento e, como a doença é causada por diversos microorganismos, seus sintomas são muito variados. É frequente:

  • febre alta,
  • tristeza,
  • fraqueza,
  • inflamação das articulações, principalmente dos jarretes, boletos e joelhos, combinadas ou não com inflamação do umbigo,
  • forte diarréia
  • o animal mancar ou ficar parado;
  • não mamar;
  • o umbigo pode soltar pús com cheiro repugnante.
  • O índice de morrtalidade é de 90% dos casos e os animais podem morrer de septicemia.
PROFILAXIA - para controlar esta infecção, a égua deve ser vacinada contra os germes mais freqüentes, nos últimos meses de gestação e os potros terão seus umbigos, logo após o nascimento, queimados com iôdo tão cedo quanto possível. As parições devem ser realizadas em piquetes especialmente reservados ou em cocheiras bem limpas e desinfetadas com cama sempre limpa.

TRATAMENTO - o tratamento deve ser feito a base de sulfas, principalmente sulfametazina e antibióticos de largo aspectro de ação.

Doenças e Afecções - Laminite

A laminite caracteriza-se por inflamação das lâminas sensíveis dos cascos. Pode ser aguda ou crônica e afetar um ou os quatro pés.

É possível o diagnostico através do histórico do caso, postura do animal, aumento da temperatura dos cascos, expressão de dor e ansiedade do animal. O Raio X pode ser usado nos casos crônicos.

  • As causas da laminite são: ingestão de água fria por animal recém-esquentado;
  • ingestão excessiva de grãos;
  • comoção durante o trabalho árduo e rápid, na preparação para corridas;
  • trabalho excessivo a animais destreinados;
  • toxemias como seqüela de metrites.
SINTOMAS - Ela pode ter apararição repentina trazendo sintomas locais e generalizados, tais como:

  • na laminite aguda, estes aparecem repentinamente;
  • elevação da temperatura, da respiração e do pulso;
  • espasmos crônicos e sudorese aumentada devido à forte dor;
  • oposição dos animal à movimentação;
  • temperatura elevada das extremidades afetadas;
  • os animais se apresentam nervosos e inquietos.
TRATAMENTO - Deve-se solicitar a intervenção do médico veterinário pois, seu diagnóstico deve ser imediato, para que que se evite a rotação do osso terceira falange em direção à sola do casco e o provável descolamento do casco das laminas

Doenças e Afecções - Encefalite Eqüina

Esta doença também é conhecida como falsa raiva, peste-de-cegar, doença de Aujesky. Ela é causada por vírus que atacam o sistema nervoso central dos eqüinos e causam pertubações diversas. O índice de mortalidade é de 60%.

A encefalite eqüina é uma virose aguda e grave que atinge, principalmente os rebanhos dos Estados Unidos da América e algumas regiões do norte da América do sul. Além dos eqüídeos, pode também atacar outros mamíferos como o homem, pássaros e répteis. Dentre os eqüídeos, os cavalos são os mais suscetíveis.

Nos animais doentes o vírus se encontra no sangue, vísceras e medula óssea. É transmitida por morcegos hematófagos, carrapatos e provavelmente mosquitos. Pode contagiar pelas fossas nasais e pelas vias digestivas.

Sua incidência é variável e ataca animais de todas as idades, principalmente potros. A encefalite eqüina é produzida por três tipos de vírus já diagnosticados: tipo Leste; tipo oeste; tipo Venezuelano. No Brasil foi isolado apenas o virus tipo Leste americano. Estes vírus são imunologicamente distintos, variando também sua virulência, ainda que seus sintomas sejam análogos.

SINTOMAS - no Brasil, especialistas que estudaram a enfermidade descrevem os sintomas que se seguem:

  • pertubações na locomoção - incoordenação motora, andar irregular e em círculo;
  • febre (no processo inicial de viremia);
  • hipersensibilidade ao ruído, tato e períodos de excitação com aparente cegueira;
  • sonolência, apatia, quedas freqüentes;
  • visão comprometida, daí o nome de "peste-de-cegar".
  • emagrecimento rápido;
  • pálpebras caídas
  • apátia e apoio da cabeça nos obstáculos, do que resulta o aparecimento de escoriações mais ou menos extensas;

Na última dase o animal deita-se em decúbito lateral completo e debate-se desordenadamente com os membros, perfurando o solo numa profundidade de 20 a 30 cm, em forma de segmento de círculo (movimento de pedalagem). Geralmente a duração da moléstia é de 2 a 7 dias.


  • PROFILAXIA - resume-se nas seguintes medidas:
  • combate aos mosquitos;
  • desinfecção dos alojamentos;
  • vacinação dos animais suscetíveis - Não se deve esquecer, porém, que as vacinas só protegem contra o tipo de vírus com que foram preparadas.
TRATAMENTO - Os animais doentes devem ser retirados do trabalho e colocados em local sossegado e escuro, mantidos sob boas condições higiêncas. O soro antiencefalomielítico, eficaz apenas no início da enfermidade, que deve ser aplicado por um médico veterinário.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Anemia Infecciosa Equina



Esta doença. também conhecida como "febre dos pântanos", é produzida por um vírus. É mais freqüente em terrenos baixos e mal drenados ou em zonas úmidas muito florestadas.
Apresenta-se em várias formas clínicas, todas com importância e é disseminada em todo o mundo.
Os estudos iniciais desta doença foram realizados na França em 1843; em 1859 foi constatado pelo pesquisador Anginiard o caráter contagioso da doença, sendo que a primeira demonstração de doença virótica foi feita em 1904/1907.



No Brasil, a primeira descrição desta doença verificou-se em 1968, por Guerreiro e col.
Os animais ficam suscetíveis à enfermidade quando têm resistência orgânica diminuída por um trabalho excessivo, calor intenso, alimentação inadequada e infestação por vermes.
A doença tende a apresentar-se sob forma enzoótica em fazendas ou áreas, não havendo disseminação fácil e rápida, nunca se observando, segundo Scott, contágio de animal para animal.

Graves perdas são causadas nas áreas endêmicas, podendo desaparecer a mortalidade com o passar do tempo.

Observação feita por Fulton, que injetou água de charcos na veia de eqüinos reproduzindo a AIE, veio confirmar a teoria de Lohr, isto é, de que a infecção natural advém da ingestão, pelos insetos transmissores, de água ou alimentos contaminados.

O vírus está presente no sangue, saliva, urina, leite, etc.

Os surtos aparecem quando é introduzido na manada um animal infectado ou portador. Casos crônicos podem existir em qualquer época do ano e, são mais suscetíveis os animais desnutridos, débeis e parasitados.

TRANSMISSÃO

É feita principalmente por insetos sugadores (moscas e mosquitos). Já foram também comprovadas as transmissões congênitas (placentária), pelo leite (aleitamento), pelo sêmen (acasalamento) e pelo soro-imune.

As mucosas nasal e oral, intactas ou feridas, podem ser portas de entrada do vírus.

O uso sem assepsia de material cirúrgico, por pessoas não-habilitadas, também aumenta a probabilidade da infestação. O animal, uma vez infectado, torna-se portados permanente.

SINTOMAS

Há uma forma aguda e outra crônica. Todavia o vírus pode estar presente no sangue do animal sem produzir qualquer sintoma.



  • A forma aguda é assim caracterizada:
  • a) febre que chega a 40,6c;
  • b) respiração rápida;
  • c)abatimento e cabeça baixa;
  • d)debilidade nas patas, de modo que o peso do corpo é passado de um pé para outro;
  • e)deslocamento dos pés posteriores para diante;
  • f)inapetência e perde de peso.


Se o animal não morre em três a cinco dias, a doença pode tornar-se crônica.


Na forma crônica observa-se ataque com intervalos variáveis de dias, semanas ou meses. Quando o intervalo é curto, em geral a morte sobrevêm depois de algumas semanas.


Com ataques há grande destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, o que resulta em anemia.

A doença pode acometer eqüídeos (burros, zebra, etc.), de qualquer raça, sexo e idade. A Tem como vetor, insetos hematófagos, porém, a transmissão pode ocorrer através de agulha usada. Todo proprietário deve fazer duas vezes por ano, exame eliminando os animais positivos e comunicar à Casa da Agricultura.

Qualquer eqüídeo, para ser transportado precisa ter atestado de anemia eqüídeo infecciosa negativa.

PROFILAXIA

Combate aos insetos e manutenção de boas condições sanitárias; drenagem nos pastos alagados e fiscalização das aguadas e bebedouros, a fim de que os animais não bebam água estagnada; não introdução de animais infectados na fazenda; uso de agulhas hipodérmicas e instrumentos cirúrgicos só depois de bem esterilizados.

TRATAMENTO

Ainda não é bem conhecido qualquer tratamento eficaz. Aumentar a resistência do animal, desintoxicar o fígado e fortalecer o coração, intensificar o metabolismo. Existem estudos recentes, mas por enquanto o animal que apresentar Teste de Coggins positivo deve ser sacrificado.

CONTROLE

  • Isolar os animais com sintomas suspeitos (fazer o Teste de Coggins);


  • Retestar periodicamente todos os animais;


  • Evitar a entrada na fazenda de animais vindos de zonas enzoóticas sem os testes negativos recentes de imunodifusão;


  • Drenar as zonas pantanosas e controlar os insetos transmissores;


  • Todo material usado nos animais (para cirurgia, tatuagem, injeções, abre-bocas etc) deve ser esterilizado por fervura por mais de 30 minutos;


  • A possibilidade de uma vacina é remota, pois muitas já foram experimentadas e até o momento nenhuma apresentou resultados satisfatórios.

Sarnas de Cavalo

São os eqüinos em geral parasitados por várias espécies de Sarnas, entre as quais as seguintes:





Psoroptes equi, que ataca preferentemente as zonas do corpo revestidas por pelagem mais densa, tais como o topete e a crina, seguindo-se em ordem de freqüência as regiões escapular e a de inserção da cauda. Raramente ataca as regiões como o ventre, garupa, curvilhão ou orelhas, e quando isso acontece, em geral está associada com a Sarna Sarcóptica que será mais especificamente tratada abaixo.


Para seu tratamento, simples banhos com água e sabão, preferentemente sendo este do tipo sarnicida, são suficientes para debelarem o parasita



Chorioptes equi, ou simplesmente Sarna Corióptera, também conhecida como Sarna da patas, pelo fato de quase sempre encontrar-se o parasita localizado nessa região exterior do animal. Produzindo intensa coceira, os animais quando parasitados demonstram-se irritadiços, andando de um lugar para outro sem se manterem calmos como usualmente acontece quando não parasitados. Dão patadas contra o chão, golpeiam com suas próprias patas as paredes dos locais onde se encontram alojados, mordem-se assim como os objetos circunvizinhos, demonstrando assim o prurido que sentem em suas extremidades. Essa irritação do animal é mais intensa principalmente a noite devido a grande atividade do ácaro parasita nesse horário, levando o dono ou o tratador do animal a pensar tratar-se de vício do animal. Durante os meses mais quentes há remissão dos sintomas, que tendem a voltar quando durante o Inverno ou noites frias, daí ser conhecida também pelo nome de Sarna Invernal.

Afeta inicialmente e mais freqüentemente as extremidades posteriores que a anteriores, e principalmente as chamadas regiões das quartelas. Invade em seguida as regiões das espáduas, do pescoço e do tronco, para invadir em seguida todo o corpo do animal. Aqueles animais de porte mais avantajado e de pelagem mais densa, pelos alemães chamados de Animais de " sangue frio ", são mais freqüentemente e primeiro parasitados que os demais com os quais
convivam, e principalmente aqueles mais deficientemente cuidados com banhos ou simples rasqueamentos.

As zonas da pele atacadas pelo parasita, apresentam-se com infiltrações serosas e formação de nódulos e vesículas, para em seguida aparecerem crostas e por fim engrossamento cutâneo resultante da cornificação epidérmica (hiperqueratose). Por fim sobrevem queda de pêlos, e aparecimento de um eczema seco nesses locais parasitados. Com o passar do tempo sem tratamento condizente, pode evoluir para Eczema úmido e mesmo flegmonoso, sobrevindo calosidades e rugosidades das quartelas, daí o nome que lhe é dado de: pé eriçado.
Juntam-se ao quadro lesões traumáticas nesses locais, produzidas pelo ato de coçar mordendo a região pelos próprios animais.
Sarcoptes equi, ou simplesmente Sarna Sarcóptica,
também chamada de Escabiose por semelhança com a produzida no homem e em algumas espécies animais pelo seu primo Sarcoptis scabiei.


Diferentemente das anteriores, esta espécie dá preferência para localizar-se em zonas da pele revestidas por pêlo mais curto. Em geral começa atacando a região da cabeça do animal, arcadas orbitarias, nariz, lábios e orelhas. Avança em seguida para o pescoço e região escapular, e nos cavalos utilizados como montaria ou tração, na região da sela. Todo o corpo pode ser invadido pelo parasita em prazo curto de 4 a 6 semanas, porém, excepcionalmente são parasitadas as regiões baixas como ventre e extremidades do corpo. Provoca prurido intenso, principalmente durante a noite. É mais freqüente que a Psoróptica, podendo associar-se a esta, produzindo então um quadro clínico não definido como quando acontece estar presente sozinha.











PATOGENIA - Tanto aquela psoróptica quanto a Sarcóptica, conforme já descrito, o que chama a atenção é o aparecimento de nódulos da pele, apresentando-se os folículos pilosos carcomidos, além de pontos avermelhados nas regiões mais claras ( despigmentadas), devido infiltração serosa da epiderme.

Algumas vezes podem ser claramente visíveis hemorragias cutâneas. Evolui para vesículas, e em algumas vezes para pústulas cutâneas.O conteúdo dessas vesículas que se rompem junto com as células de descamação da epiderme desprendidas por queratinização, formam verdadeiras escamas cobrindo a pelagem do animal e de coloração branco-acizentada. Sua aglutinação dá origem as crostas que sobrevem sobre a pele, o que serve também de estímulo para novos processos de queratinização cutânea. De permeio a essas crostas são encontradas verdadeiras galerias que servem de abrigo ao parasita e com o qual se nutre, além do próprio sangue do animal. Pela debilitação do próprio pêlo, sobrevem sua queda e em conseqüência o aparecimento de zonas depiladas na superfície parasitada.

TRATAMENTO - Entre os existentes, quando o número de animais parasitados é suficientemente grande que o justifique, podem ser utilizados câmaras fechadas, onde é insuflado anidrido sulfuroso, na proporção de quatro e cinco por cento com o ar atmosférico e na temperatura de 25-30 graus durante pelo menos uma hora. Deve esse tratamento ser repetido pelo menos durante uma semana e diariamente.

Aplicações sobre a pele, principalmente se o parasitismo for localizado como na cabeça e pescoço, e o número de animais for pequeno, são indicadas soluções com os seguintes medicamentos: Em primeiro lugar aplicação de solução de Hipossulfito de sódio a 40 %, com utilização de um pincel ou brocha, para logo em seguida ser aplicada uma solução de Ácido Clorídrico a 4 %.

A reação química que sobrevem entre essas soluções,dá origem ao Enxofre nascente, que tem ação fortemente acaricida, debelando o mal e o parasitismo dessas regiões do animal.

Medicamentos do tipo: Acarsan, que contem Benzoato de Benzila também têm indicação e são utilizados quando o número de animais for pequeno.

Igualmente sabões medicinais Sarnicidas, também podem ser utilizados em banhos diários dos animais, assim como lavagem dos utensílios utilizados no trato dos próprios animais, como escovas, raspadores, arreios e baixeiros de selas e arreios, assim como panos utilizados.

Alguns inseticidas de contato, a base de substâncias fosforadas ou cloradas, também podem ser utilizadas, desde que se tomem os devidos cuidados para ser evitada absorção pela pele, e conseqüente intoxicação do animais tratados.

Como última recomendação para evitar-se que tais parasitas cheguem até os animais, recomendaria banhos diários dos eqüinos do plantel, simplesmente com água, sabão e escova, alem de cuidados especiais no uso de objetos ou arreios de terceiros que podem estar contaminados por parasitas.

sábado, 6 de novembro de 2010

Doenças e Afecções - Tétano

O Tétano é uma toxi-infecção aguda, que atinge o homem e animais domésticos, causada pela toxina do clostribium tetani ou Bacilo de Nicolaier, e que se caracteriza pelo aparecimento de espasmos musculares tônicos e hiperexcitabilidade reflexa.

Os equinos são particularmente suscetíveis, mas a ocorrência é realtivamente rara. A infecção se dá geralmente através de feridas acidentais ou cirúrgicas, em contato com o esterco e com a terra, principalmente se esta tiver sido estercada. Os potros recém-nascidos estão sujeitos à infecção umbilical.

Este bacilo forma esporos com capacidade de persistência no solo durante anos. Resistente à fervura de 100ºC por 60 min. Os esporos do bacilo tetânico são freqüentes nas fezes de animais, principalmente de eqüinos, e em cerca de 40% das amostras de solos.

A transmissão se dá nos solos cultivados, currais e estábulos que, são as mais comuns fontes de infecção e as portas de entrada do bacilo são as feridas profundas não-arejadas, onde os esporos podem permanecer latentes por algum tempo nestes tecidos, somente produzindo a enfermidade em condições favoráveis de proliferação.

Nos eqüinos o acesso da infecção se dá com maior freqüência em lesões nos cascos (pregos etc.), cordão umbilical, aparelho genital etc.

Nos bovinos pode-se instalar através de feridas resultantes de colocação de argola no focinho; da amputação dos chifres; da castração e de traumatismo da parição.

Depois que penetram no organismo, as bactérias e seus esporos elaboram duas potentes toxinas ou venenos, que entram na corrente sangüínea e vão agir nos grandes centros nervosos e também produzir espasmos tônico-clônicos.

SINTOMAS - O período de incubação varia normalmente de uma a três semanas, porém, às vezes, dura até quatro meses. É mais curto nos animais novos. Os principais sintomas são:

  • mastigação fraca e degliutição lenta e difícil;

  • rigidez muscular;

  • protusão da membrana nicititante;

  • ereção da orelha;
  • ventre recolhido;

  • pescoço estendido para a frente e a cabeça mais ou menos fixa;
    patas abertas e tesas, lembrando um cavalete;

  • narinas dilatadas;

  • movimentos cada vez mais lentos até a imobilização total;

  • espasmos generalizados;

tremores musculares, quando o animal é excitado.
A morte vem através do esgotamento, paralisia dos órgãos internos ou pneumonia. Algumas vezes, no curso do tétano, pode haver remissões dos sintomas gerais, o que dá uma falsa impressão de melhora do animal.

PROFILAXIA - O tétano pode ser evitado:

  • vacinando o animal anualmente.
  • usando soro anti-tetânico antes das itervenções cirurgicas ou depois de ferimentos que possam facilitar a infecção;

  • evitando o contato das feridas profundas com terra ou qualquer sujeira;

  • cuidando da assepsia do instrumento cirúrgico e da antissepisia das feridas;

  • desinfetar, tão cedo quanto possível, feridas recentes dos eqüinos;
  • eliminando os objetos pontiagudos que possam causar ferimentos acidentais.

TRATAMENTO - O tratamento é difícil e problemático, devendo-se chamar um veterinário que poderá usar vários recursos em animais de valor, entre eles:

  • limpar as feridas, lavá-las com água oxigenada e aplicar anti-séptico adequado;

  • aplicação de Soro Anti-tetânico em doses maciças, acima de 100 000 unidades, por via endovenosa e repiti-las quando necessário;

  • dar alimentação líquida, de fácil deglutição;
  • conservar o doente em local abrigado e sosegado, se possível isolado e escuro;

  • quando o animal não puder permanecer de pé, suspendê-lo com uma faixa e colocar a água e os alimentos à altura da boca.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Síndrome da Domesticação (Cascos achinelados)

Com os estudos da biomecânica da locomoção dos eqüínos ficou comprovado que os métodos de aparação de cascos de ferrageamento, empíricos e que não respeitam a condição anatômica ideal dos cavalos, mantêm as pinças compridas e os talões baixos . Este método de aparação utilizado por falta de conhecimento ou por modismo é prejudicial à vida útil dos vários tecidos que compreendem o sistema locomotor, diminuindo a performance e a vida útil dos cavalos atletas.

As estatísticas mostram que, de cada 100 problemas diagnosticados nos locomotores, 80% estão nos membros anteriores e a grande maioria do joelho para baixo. A grande causa é a falta de alinhamento do sistema digital devido ao ângulo do casco menor do que o ângulo da paleta com a horizontal.



A pinça longa e os talões baixos, ocasionados pelo ângulo do casco menor do que o ângulo da paleta ou escápula, provoca um esforço maior de sustentação nos tendões flexores, ou seja, um braço de alavanca maior para suportar o peso de cima para baixo, que tenta jogar o boleto até o chão.

Os cavalos mais afetados são os atletas em corridas, salto, laço, esbarro, tambor e apartação, que usam os anteriores na propulsão ou paradas bruscas. O stress é maior no tendão flexor profundo devido ao atrito na região dos ossos sesamóideos e navicular.

Imagine o esforço no membro dianteiro em uma remada de mão do cavalo de corrida na reta final, um esbarro de quarto de milha quando o laço tem um novilho preso em sua ponta ou o esforço da puxada para virar o boi em uma vaquejada.

Quanto vale errar alguns graus na aparação do casco de um cavalo?

A tabela a seguir mostra que cada grau de achinelamento equivale a dezenas de quilogramas a mais nos tendões flexores. Coisa que poucos profissionais têm noção.

Os valores a seguir foram estimados para um cavalo atleta de porte médio - 500 Kg de peso vivo (PSI ou BH). Os efeitos podem ser maiores nos animais para hipismo e tração de grande porte.





Conclusão:


1 - Respeite a condição anatômica ideal do seu cavalo.


2 - Conheça o ângulo da paleta e procure aparar o casco monitorando o serviço com um gabarito angulador de casco.


3 - Desconfie do profissional que diz ter olho clínico e que não apresenta maiores conhecimentos de sustentação e locomoção.


4 - O erro de apenas 1 grau representa muitos quilos a mais nos tendões flexores do seu cavalo.


5 - O cuidado consciente da aparação e do ferrageamento aumenta a performance do animal e diminui o risco de afecções.


6 - Devolva sempre o verniz raspado pelas ferramentas de aparação. Use o Cascotônico que devolve o verniz, tem ação lubrificante, bactericida e incentivadora do crescimento e renovação da matéria córnea do casco e ranilha.


7 - Com uma aparação adequada dos cascos e com a escolha das ferraduras e dos cravos que atendam as necessidades do cavalo o seu animal terá o máximo de performance com o mínimo de afecções.

Ferrar sem Prejudicar

Alguns cuidados para ferrar com responsabilidade o seu cavalo estão a seguir:

1 - Conheça o ângulo da paleta do seu cavalo antes de se aventurar cortando o casco. Apare os cascos anteriores (mãos) e tente colocá-los com o mesmo ângulo da paleta. Confira o ângulo dos cascos com um gabarito angulador de casco. Os ossos digitais devem ser alinhados, de forma que colocando-se uma linha reta do meio do boleto e meio da quartela (falanges) ela deve passar pelo emio do casco, alinhada com as suas cânulas naturais (linhas verticais do casco). No casco achinelado as linhas do casco não concindem com este alinhamento da quartela , porque o casco tem ângulo menor do que a paleta e a linha é quebrada para baixo (lado do chão).

2 - Limpe a sola, abra os 3 canais da ranilha de forma a deixar passar o dedo mínimo para entrar ar , obtenha a concavidade da sola e não corte jamais as barras, pois ela são a continuidade da muralha de sustentação e garantem 30% da sustentação do cavalo.

3 - Assegure que os cascos estão balanceados no sentido médio-lateral ( largura) e ântero-posterior ( comprimento). As metades do casco esquerdo, por exemplo, devem ser iguais, assim como os comprimentos desde a pinça até cada um dos talões. Depois confira para que os cascos dianteiros sejam iguais entre si. Quando aparar os cascos traseiros, siga as mesmas instruções. Assim, quando o cavalo coloca o casco no chão ambos os talões apoiam no chão ao mesmo tempo e o casco rola a pinça no meio, o desgaste da ferradura ocorre exatamente na frente e o vôo ou breakover é elegante e para a frente (avante).

4 - Escolha a ferradura de acordo com as necessidades do cavalo e ajuste-a ao casco bem aparado. A ferradura deve proteger toda a muralha de sustentação, apoiando-se até o final do talão, sem obstruir os canais da ranilha e possibilitando expansão da muralha nos quartos e talões. Nos posteriores, a ferradura pode ter ligeiro sobrepasse de talões, nos animais de talões fracos ou escorridos, de forma a dar maior base de sustentação para o cavalo. A mesa da ferradura é escolhida de acordo com a atividade do cavalo. Mesa estreita (filete) para corrida, mesa média ( 17mm) para trabalho, treinamento e lazer e mesas mais largas para esbarro( 25mm) ou tração. O material da ferradura ( aço, alumínio puro, liga de alumínio, poliuretano com alma de alumínio e outros metais especiais), bem como os demais acessórios ( guarda casco, agarradeiras, palmilhas, talonetes e até rampão) devem ser escolhidos de acordo com a atividade , de preferência com conhecimento, para não prejudicar a performance doanimal.

5 - Fixe a ferradura com o cravo adequado, escolhido de acordo com a espessura da ferradura e com o canal ou craveira, de forma que a cabeça do cravo fique totalmente embutida na concavidade do buraco ou canal da ferradura. Os dois últimos cravos a serem pregados não devem ultrapassar a "linha do juízo do ferrador", ou seja, a linha imaginária que une o final dos médios do casco, antes dos talões. Complicado? Não. Imagine o meio da ranilha, com o casco levantado, e trace uma linha para os dois lados. Ela passará sobre a muralha de sustentação (onde a ferradura apoia) exatamente no lugar dos últimos cravos, em cada lado da ferradura. Esta é a " linha do juízo do ferrador".

6 - Depois de bater os dois primeiros cravos (ombros) e os dois últimos ( talões) da ferradura, bata o guarda casco (se houver). Apoie o casco com a ferradura no chão e observe se a linha imaginária que passa pelo meio do boleto, da quartela e do casco (eixo ântero-posterior do digital) está reta. Se estiver tudo bem, pregue os demais cravos, lembrando que uma boa ferradura terá, no mínimo, 5 furos de cada lado e furos nos talões para colocar agarradeira ou cravar talonetes , calços para corrigir aprumos ou palmilhas. Ferradura barata com três ou quatro furos de cada lado nem sempre atende as necessidades do seu cavalo.

7 - Por último, mas não menos importante, depois de acabar de fazer o serviço, não esqueça de repor o verniz dos cascos com o CASCOTÔNICO, para devolver também a flexibilidade, incentivar o crescimento e proteger a sola, paredes e ranilha contra as brocas , frieiras e podridão.

Os sentidos dos eqüinos




Os cavalos tem os sentidos da visão, audição e olfato mais desenvolvidos do que o homem. A face longa característica do cavalo não é necessária apenas para conter seus grandes dentes: ela também abriga os sensíveis órgãos do olfato. Os olhos ficam mais para o alto do crânio, nos lados da cabeça, propiciando aos cavalos boa visão periférica, mesmo quando pastam. As orelhas são grandes, capazes de se movimentar e apontar em direção ao mais leve ruído. Por natureza, o cavalo vive em rebanhos e demonstra grande afetividade em relação aos outros membros do grupo, sendo esta lealdade facilmente transferida ao seu dono. Uma vez desenvolvida a ligação afetiva , o cavalo se esforça muito para executar ordens, por mais difíceis que sejam. Por isso esses animais tem sido vítimas de abusos cruéis, mas também são muito amados, talvez mais que qualquer outro animal na história da humanidade. Apesar de sua forte associação com seres humanos, o cavalo ainda conserva seus instintos naturais de comportamento. Defendem seus
espaço e amamentam os filhotes, e precisam sempre de companhia.


Rolar no solo como este pônei é parte importante do toalete dos cavalos. Relaxa os músculos e ajuda a remover os pelos soltos, a sujeira e os parasitas.






Ao repuxar os lábios como este garanhão, após cheirar a urina de uma égua, ele está procurando saber se ela está no cio, ou seja pronta para acasalar.


Muitas vezes dois cavalos permanecem com seus corpos encostados uma ao outro, da cabeça à cauda, afocinhando amigavelmente as crinas e o dorso. Dependendo da estação, essas sessões de limpeza são mais ou menos freqüentes, e não duram mais que três minutos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Estágios do sono

Como você se sente depois de uma noite ruim e de dormir pouco? Péssimo, não é? O seu cavalo também precisa ter uma boa noite de sono e pode acordar de mau-humor!Portanto, não o perturbe! Ainda mais por possuírem diferentes níveis de relaxamento durante o sono, e podem até sonhar.O seu cavalo só dormirá tranqüilo se tudo estiver seguro, portanto, o fator mais importante é a segurança. Pois seu instinto de defesa requer que esteja sempre pronto para fugir quando surpreendido.

Observa-se que cavalos domésticos, acostumados a dormir protegidos em baias, quando soltos em pastos, lugares abertos e grandes, eles tornam-se agitados e dormem pouco até se acostumar com a rotina do local e ter certeza que está seguro para dormir profundamente. Mas quando é solto um grupo de cavalos, as coisas ficam mais fáceis, mas ainda há um período de adaptação. Enquanto um grupo dorme, um dos membros fica de sentinela.

Saiba que os cavalos podem dormir em pé, e até possuem ligamentos especiais nos membros posteriores, que os permite sustentar-se enquanto dormem. Sabendo as posições dos cavalos, você pode saber em que estágio está o sono e em que estágio está o relaxamento do animal, pois se refletem na posição em que dormem. Portanto quando se encontra o cavalo em pé podemos dizer que está cochilando, e permanece fazendo alguns movimentos com o pescoço, vibrações na pele, abanando o rabo e alternando o membro posterior que se encontra em repouso.

De acordo com o estágio de sono, o animal recebe diferentes estímulos cerebrais. Um estágio bem interessante é o do sono médio pois, durante o estágio as ondas cerebrais atuam como se o animal ainda estivesse acordado e seus olhos parecem piscar mesmo estando fechados. Neste período do sono o corpo descansa enquanto o cérebro continua em atividade.

Detectando o sono

Sono Profundo - no sono profundo o animal deita-se totalmente sobre um dos lados do seu corpo, mantendo inclusive um dos lados da cabeça e do pescoço encostados no chão, numa postura de completo relaxamento.

Sono Médio - no sono médio o cavalo deita-se sobre a coxa e a paleta do mesmo lado, flexionando os membros colocando as patas quase debaixo do corpo e a cabeça pode estar erguida ou com focinho apoiado no solo. O período desse sono é importantíssimo para o descanso e a tranqüilidade do seu animal. O estágio que o corpo repousa enquanto o cérebro continua em atividade.

Sono Superficial - o sono superficial é quando o cavalo se encontra numa dormência muito leve. Ocorre com maior freqüência com os cavalos adultos, que passam grande parte do seu sono em pé, por possuírem os ligamentos especiais.

Entre esses três estágios de sono, o cavalo gasta em média 6 a 8 horas por dia. Não se sabe exatamente a duração de cada estágio de relaxamento, mas pode-se dizer que, em devidas condições de conforto, o período de sono médio tem uma duração de 2 horas no total, somadas em 4 ou 5 pequenas sessões. Mas, enquanto o cavalo descansa o cérebro continua trabalhando. Uma das regiões do cérebro que continua em atividade é o córtex. O animal só relaxa completamente durante o sono profundo, quando se deita sobre um dos lados do seu corpo. È importante lembrar que para que os cavalos tenham boas horas de sono e um pouco de sossego para o descanso precisam ter seu próprio espaço, limpo, organizado e confortável, isso faz parte do ciclo vital.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Treinamento de rédeas

SOLTE AS RÉDEAS


Antônio Correa


O esporte evolui bastante desde sua origem até as provas de Rédeas dos dias atuais. Cresceu tomou forma, distribui prêmios milionários e conquistou muitos espectadores.
Da forma empírica como era praticada nos ranchos americanos, a modalidade aperfeiçou-se, resultando em um conjunto de manobras: círculos, controle de velocidade, troca de mão, esbarros, recuos e spins.

Praticada em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, França, Japão, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Brasil, esta modalidade de equitação western é a base de treinamento para cavalo de trabalho.

Na raça Crioula, o esporte iniciou em 2005 e desde lá a modalidade de Rédeas vem crescendo no mercado do Crioulo. No Rio Grande do Sul a adesão desta raça vem adquirindo cada vez mais adeptos nas Rédeas. Neste ano, durante a Expointer levou a final do Classificatoria de Rédeas da ABCCC a ser disputada na pista do Freio de Ouro proporcionando ao grande público prestigiar a modalidade.


AS MANOBRAS


Círculos
- O primeiro exercício de Rédeas é o círculo, onde o cavalo apreende a galopar relaxado e na mão certa, além de ter controle de velocidade. Sentado no centro da sela, pés na mesma posição no estribo. O treinador está pronto para ensinar uma importante manobra: os Círculos.

Corpo sempre reto, mãos bem posicionadas nas rédeas, um pouco de pressão no pescoço e muito balanço. Rédeas frouxas, sinal de pouco contato com a boca, o galope é feito em círculos grandes ou pequenos, tomando por base uma linha imaginária na pista

Troca de mão - Alguns cavalos nasceram com a aptidão e fazem a troca naturalmente, outros porém, precisam de um trabalho demorado. Quando o cavalo estiver fazendo o círculo de forma correta, inclusive dos de formato D, à direita e para esquerda, está em condições de começar as trocas de mãos.Precisão na troca é fundamental. Rédeas soltas, cavalo galopando pressionar a perna direita na costela. Na troca, retirar a pressão da perna direita, pressionando com a esquerda, pedindo que o cavalo troque a mão do galope para direita. Ao contrário, quando estiver na mão do galope: a pressão nas costelas com a perna esquerda é retirada na hora de fazer a manobra, mudando a pressão para a direita para haver a troca de mão do galope da direita para a esquerda.

Esbarro - Com um ano de treinamentos diários, finalmente o cavalo consegue realizar com perfeição uma das mais belas manobras de Rédeas.

Tudo começa com um galope. Ao som do comando whoa!!!, o cavalo trava os posteriores, deslizando alguns metros até parar totalmente. O esbarro emociona treinadores e arrebata aplausos da platéia. Técnica e equilíbrio são fundamentais para execução desta manobra. Um leve toque na boca do cavalo, que deve estar fechada e as rédeas quase soltas. Para se conseguir um bom esbarro, o ideal é inicialmente andar ao passo, segurar as rédeas e sentar no fundo da sela. Assim que sentir uma leve pressão na boca, o cavalo deve ceder a nuca e a cabeça, o que deixa a frente mais leve.

Recuos - Manobra que exige paciência, suavidade e muito treino. Muitos treinadores ensinam o cavalo a recuar em “doses homeopáticas”. Com muita calma, mantendo contato com a boca, é feita uma leve pressão. Se ele obedecer e recuar ao passo, o treino é suspenso até o dia seguinte, quando será exigido dois passos. Só após 60 dias de treinos diários é que se começa a pressão com as pernas nas paletas do cavalo. O objetivo é fazê-lo recuar de forma suave, fugindo da pressão do freio. Caso ele recue para um dos lados, deve ser empurrado com a perna para o centro se conseguindo movimentos naturais e recuos em linha reta. Quando isso acontecer, o cavalo estará flexionado em todo seu corpo. Para um bom recuo, nada melhor que um cavalo de boca macia.

Spins - Posterior de dentro no chão, um giro em cima dele, mãos se cruzando, como se estivessem trotando, mas sem bater uma na outra. É o spin, uma manobra que começa com trote de círculos pequenos, ao mesmo tempo que o cavaleiro pressiona a perna de fora, junto com a pressão da rédea de fora para que o animal diminua o círculo.

Trotes em círculos pequenos sem forçar para fora, é hora de relaxar por alguns instantes para prosseguir a manobra. Rédea de fora encostada, perna de fora sobre a de dentro. Mais trotes, no mesmo círculo. Assim, o animal apreende a cruzar as mãos várias vezes no mesmo lugar. De forma gradativa, acrescenta-se a velocidade à manobra.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Domando cavalo

Esse video está mostrando como que é domar sem violencia.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Influenza Eqüina

A influenza eqüina é uma doença causada por um vírus e transmitida por contato direto entre os animais doentes e sadios. Ela também é conhecida como gripe ou tosse cavalar e assemelha-se à gripe humana e é comum onde há aglomeração de animais. Além dos eqüinos, são sensíveis também os asininos e muares. Esta doença é altamente contagiosa e ataca, principalmente, animais com menos de 5 anos e aqueles trazidos do campo para a cocheira.

SINTOMAS - Produz febre, calafrio, respiração acelerada, perda de apetite, lacrimejamento, corrimento nasal, e ocular, inflamação da garganta, primeiro prisão de ventre depois diarréia fétida, tosse. Os garanhões podem apresentar orquite e o vírus se encontra no sêmen muito tempo depois. É freqüente o aparecimento de edemas nas partes baixas e a presença de catarros nas vias digestivas e respiratórias. São contagiosas as secreções nasais, a urina, fezes, por isso os animais devem isolados, protegidos para evitar complicações. O contágio também pode ser por via indireta através da água, alimentos e objetos contaminados.

Nos casos simples os animais se recuperam de 1 a 2 semanas. As perdas em conseqüência de mortes são pequenas e, geralmente ocorrem devido às complicações (infecções secundárias como: peneumonia, enterite, degeneração do coração, fígado, etc.), porém, os prejuízos que causa por incapacitar os animais doentes para o trabalho são grandes.

PROFILAXIA - Isolamento dos doentes e manter, os animais recém-adquiridos, em quarentena.

TRATAMENTO - Proporcionar ao animal doente repouso absoluto protegido contra correntes de ar e provido de boa cama e alimentação nutritiva e de fácil mastigação e água limpa. Quando há complicações, usar medicamentos à base de sulfanilamida e antibióticos associados e de largo espectro de ação. Toda medicação deve ser dada com a orientação de um médico veterinário.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Cólica Eqüina

As cólicas são resultantes de doenças do aparelho digestivo ou de outros órgãos e, são classificadas como verdadeiras e falsas.

As cólicas verdadeiras são causadas por doenças dolorosas do estômago e intestinos, com defecação anormal.

As falsas cólicas são oriundas de enfermidades do peritônio, baço, rins, órgãoes internos, assim como de doenças infectuosas ou intoxicações alimentares.

Como o cavalo tem um estômago pequeno, que exige rações frequentes e pouco volumosas, a maioria dos casos de cólicas tem origem em uma irregularidade na alimentação. Os ataques de cólicas surgem como conseqüência de alterações bruscas na qualidade de alimentos, irregularidade na distribuição da ração, alimentos finamente moídos, refeição imediatamente antes da entrada no trabalho e abeberamento depois da refeição e alimentos deteriorados.

SINTOMAS - existe dois tipos de cólica: a espamódica e a flatulenta.
  • °Espamódica - a dor é contínua, de maneira que, entre os ataques, o cavalo pode mostrar aparência normal. Durante o ataque, os principais sintomas são os seguintes: o animal deita-se e levanta-se; retorce-se no solo; dá cabeçadas na barriga; dá patadas e traspira profundamente; apresenta a boca seca e conjuntiva injetada; à medida que o mal progride, os períodos de calma vão se tornando mais curtos e os espasmos mais intensos.
    °Flatulenta - que resulta da distensão do estômago ou intestino pelos gases produzidos em excesso pela fermentação dos alimentos, mostra estes sintomas: dor contínua, porém, pouco intensa; o abdome apresenta-se distendido e o animal muda constantemente de posição, com vontade de deitar-se mas com medo de fazê-lo.


TRATAMENTO - o tratamento da cólica é feito com a finalidade de eliminar a causa e aliviar a dor. O animal deve ser colocado numa baia, sem comida. Em seguida o médico veterinario deve ser comunicado para que possa aplicar a medicação correta.

Dentição e Idade

Os dentes são elementos principais pra conseguir determinar, com segurança, a idade aproximada, dos cavalos.

A avaliação da idade é importante pois, muitos animais não tem registro oficial e, são negociados a base da idade aproximada.

O cavalo adulto possui 40 dentes e a égua 36, normalmente, assim distribuidos:

12 incisivos
6 superiores
6 inferiores
4 caninos, em geral ausentes na fêmea
24 molares distribuidos igualmente nas duas arcadas.

O potro, macho ou fêmea, apresenta apenas 24 dentes, todos caducos.

12 incisivos
12 molares
Esqueleto da queixada do cavalo



Os dentes de leite são menores e mais brancos que os dentes permanentes e possuem um colo ou linha de estrangulamento em seu terço médio.











Com o desgaste, devido à mastigação, os dentes também mudam seu arco incisivo que, visto de perfil, é arredondado no animal jovem e vai se tornando alongado à medida que o animal envelhece.





Arco Incisivo visto de perfil





Os dentes e suas respectivas idades















Neste período, poderá se notada novamente a "cauda de andorinha" e caracteriza-se também pelo nivelamento de todos os incisivos. A partir daí então, os dentes vão se tornando biangulares e fica cada vez mais difícil calcurar a idade do animal.




terça-feira, 10 de agosto de 2010

Casco

O casco é o estojo córneo que recobre a parte terminal do membro locomotor do cavalo. O anterior é maior e mais oblíquo que o posterior.

O casco é uma parte insensível que tem a denominação de escudo do pé e indica que esta função protetora necessita de uma completa estrutura anatômica para que, por muito tempo, atenue as pressões e reações



1. bordalete períoplo (coroa)
2 .taipa
3 .pinça
4 .ombros
5 .quartos
6 .talão






Os eqüídeos também utilizam os cascos como meio de defesa. Seus golpes são potentes e rápidos. Um detalhe que todo criador deveira saber é que o cavalo, ao escoicear, o faz tão somente para trás e nunca para os lados (como ocorre com os bovinos), isto devido à existência do "ligamento acessório", que não permite a movimentação lateral dos membros posterios dos cavalos.

CASCO VISTO PELA FACE PLANTAR


1 glumas (bulbos do casco)
2 lacunas laterais
3 talões
4 barras ou arcobotantes
5 quartos
6 ramos da sola (palma)
7 limite posterior dos ombros
8 linha branca
9 sola
10 pinça
11 ponta da ranilha (vértice da ranilha)
12 bordo inferior da parede, tampa ou muralha (bordo basal da parede)
13 ranilha
A - ângulo
LM - sulco da ranilhas

VISTA INTERNA E LATERAL DO PÉ

1 1ª falange
2 tendão do exteensor lateral
3 falange
4 rodete (coroa)
5 períoplo
6 parede ou muralha
7 tecido querafiloso
8 tecido podofiloso
9 3ª falange
10tecido aveludado
11 trasversohióideo
12 ligamento interósseo
13 ranilha
14 coxim plantar
15 osso navicular
16 fundo de saco posterior da pequena bainha sesamóideana
17 fundo do saco posterior da sinovialarticular do pé
18 fundo de saco inferior da grande bainha sesamóideana
19 tendão flexor profundo
20 ligamento sesamóideano


BELEZA DO CASCO OU PÉ - Podem ser considerados quanto ao volume, à forma, à qualidade da matéria córnea e aos aprumos.

VOLUME - O pé deve ser relativamente volumoso, porém o seu tamanho depende da raça e do tamanho do animal.

FORMA - O casco dever ser simétrico e ter as partes anterior e inferior mais largas; a pinça deve ter o dobro do comprimento dos talões e formar um ângulo de cerca de 50º com a horizontal; o períoplo, reto e inclinado de diante para trás; a face plantar, larga; sola côncava; ranilha volumosa, bem feita, elástica e forte; lacunas largas e bem acentuadas.

QUALIDADE DA MATÉRIA CÓRNEA - A matéria córnea do casco deve ser escura, rija e dotada de certa elasticidade, apresentando superfície lisa, íntegra e brilhante. Na ranilha, deve ser mole, elástica e forte.

OS CASCOS DOS POTROS - o potro recém-nascido possui um casco pontudo, estreito, muito mole e com a base coberta com um invólucro delicado e córneo. Este, porém, cai em poucos dias e o desenvolvimento do verdadeiro casco se inicia.

Quando o potro tem 3 meses de idade, pode-se começar a usar uma faca própria para o preparo do casco. O exame freqüente dos cascos dos potros e a manutenção deles sempre limpos e aparados irá ajudar muito para um perfeito desenvolvimento. Os animais jovens também devem se exercitar bastante em terrenos secos, pois os cascos irão se formando de modo uniforme, podendo ser necessário apenas, ocasionalmente, raspar e arredondar as bordas da pinça a fim de se evitar quebras da parede.

Quando os potros permanecem na baia por muito tempo, não gastam seus cascos e, nesses casos, deve ser raspados e limpos uma vez por semana.

As solas e fendas da ranilha devem ser examinadas e todo o pé lavado com regularidade.

De olho na boca dos cavalos

Até em cavalo dado deve-se olhar os dentes!!!


A rotina no cuidado dos

dentes é essencial para

boa saúde, bem estar e

bom desempenho dos

cavalos.





O cavalo é um herbívoro nômade, tem seus dentes preparados para o pastoreio. Na natureza alimentava-se dos diversos tipos de forragens existentes em seu ambiente, assim causando um desgaste lento e mais homogêneo.

O homem alterou as dietas e padrões alimentares dos cavalos com a domesticação e confinamento, desta forma tornou os eqüinos mais suscetíveis aos problemas que se referem aos dentes e a mordedura.

São necessários exames periódicos que se inicia logo após o nascimento, a fim de identificar uma possível alteração congênita. Esse exame deve ser contínuo.

Logo após o nascimento o animal deve ser examinado , pois pode apresentar problemas, no palato (céu da boca), projeções e deformidades de maxila (onde se encere o grupo dos dentes superiores) e mandíbula (onde se encere o grupo dos dentes inferior) .

Até aos 5 anos são indicados exames semestrais pois não é raro encontrar casos de dentes decíduos persistentes ( dentes de leite que deveriam cair ) fragmentos que devem ser extraídos, caso esse problema não seja corrigido pode causar mal oclusão ( contato inadequado entre dentes inferiores e superiores) pela erupção desordenada dos dentes.

Em animais com idade superiores a 5 anos são comuns encontrarmos pontas e deformações nas arcadas proporcionando mal oclusão dos dentes molares (grupo de dentes posteriores ) e incisivos (grupo de dentes anteriores).

Na fase de doma e treinamento é essencial o exame dos dentes pois o conforto promovido pelo tratamento torna o trabalho do treinador e o aprendizado do cavalo mais fácil e menos estressante. Melhorando, por conseqüência, o resultado final.



É muito comum encontrar o “dente lobo” Este dente é vestigial é considerado o 1º pré-molar, não tem função na mastigação, mas pode ferir as bochechas, a língua, e/ou entrar em choque com o bridão, podendo ser extremamente desconfortável. A extração desse dente é parte da rotina do tratamento dentário. “ não confunda o dentes lobos com os caninos presente nos machos e em algumas fêmeas.

“ Desta forma podemos apontar a grande Importância do exame dos dentes do eqüino neonato ate o sênior”

Todos os cavalos devem ter seus dentes examinados no mínimo uma vez por ano, mesmo sem apresentar sintomas de problemas .


Quando o cavalo precisa de exame dos dentes?


Nos casos de:

• Perda de peso.

• Dificuldade de engordar.

• Incomodo com a embocadura,

• puxão nas rédeas

• abaixa e levanta a cabeça com freqüência durante a montaria .

• balança a cabeça de um lado para o outro

• relutância com agressividade

• Derrame de ração fora do cocho

• Lentidão na mastigação e deglutição.

• Deposição do alimento dentro da boca

• Dificuldade da apreensão do alimento

• Cólicas recorrentes

• Fibras de capim longas e grãos não quebrados nas fezes

• Descarga nasal

• Aumento de volume na cara

• Fistulas facial.

• Problemas considerados de temperamento ou doma

Cavalos que tem acompanhamento dos seus dentes periodicamente possuem melhor mastigação e digestão, apresentam uma considerável melhora no aproveitamento dos alimentos diminuindo o risco de cólica.

Percebesse conforto nas rédeas, regularidades de andamento e manobras.

A odontologia favorece melhoras notáveis nos animais, nos aspectos nutricionais e comportamentais , promovendo uma boa saúde e melhor desempenho dentro de suas atividades eqüestres. Sem contar o aumento da longevidade e vida útil.

Os exames e as correções dos dentes só devem ser feitos por um Médico Veterinário especializados ele saberá quais técnicas e equipamentos a serem utilizados, tipos de sedação e anestesia referente a cada caso em particular . Intervenções inadequadas poderão causar traumas e danos irreparáveis aos dentes, articulações e de todo conjunto relacionado a mastigação.

Mormo


MORMO


O Mormo ou lamparão, é uma doença infecto-contagiosa dos eqüídeos, causada pelo Burkholdelia mallei, que pode ser transmitida ao homem e também a outros animais. Manifesta-se por um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, pneumonia, etc. No Brasil, felizmente, embora tenham sido constatadas reações positivas, ainda não se comprovaram casos desta enfermidade.


Os animais contraem o mormo pelo contato com material infectante do doente:


pús;
secreção nasal
urina ou
fezes


O agente da doença penetra por via digestiva, respiratória, genital ou cutânea, sendo esta última só por alguma lesão. Quando penetra no organismo, em geral, o germe cai na circulação sangüínea e depois alcança os órgãos, principalmente os pulmões e o fígado.


O peíodo de incubação é de aproximadamente de 4 dias mas, pode variar bastante.


SINTOMAS - O mormo apresenta forma crônica ou aguda, esta mais freqüente nos asininos. Os animais suspeitos devem ser isolados e submetido à prova de maleina sendo realizada e interpretada por Médico Veterinário. A mortalidade desta doença é muito alta.


A forma aguda é assim caracterizada:


febre de 42ºC, fraqueza e prostação;
aparecimento de pústulas na mucosa nasal que se trasnformam em úlceras profundas e dão origem a uma descarga purulenta, inicialmente amarelada e depois sanguinolenta;
há entumecimento ganglionar, e o aparelho respiratório pode ser comprometido, surgindo dispnéia.
A forma crônica se localiza na:
pele;
fossas nasais;
laringe;
traquéia;
pulmões, porém de evolução mais lenta;
pode mostrar também localização cutânea semelhante à forma aguda, porém mais branda.


PROFILAXIA - Deve ser realizado as seguintes medidas:


notificação imediata à autorização sanitária competente;
isolamento da área onde foi observada a infecção;
isolamento dos animais suspeitos como resultado da prova de maleína e sacrifício dos que reagiram positivamente à mesma prova repetida após dois meses;
cremação dos cadáveres no próprio local e desinfecção de todo o material que esteve em contato com os mesmos;
desinfecção rigorosa dos alojamentos;
suspensão das medidas profiláticas somente três meses após o último caso constatado.


TRATAMENTO - Os produtos usados devem ser a base de sulfas, principalmente sulfadiazina e sulfatiazol ou sulfacnoxalina ou cloranfenicol e outros, em forma de grupos antibióticos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Criação e cuidados

Criação do cavalo atleta


Este artigo será publicado em três partes. A primeira aborda “Da cobertura ao parto”; a segunda,que será publicada na próxima edição, tratará “Do nascimento ao desmame”, terminando com “Do desmame à doma”

Parte 1: Da cobertura ao parto

Devido ao constante progresso das associações de criadores de cavalos e ao alto nível competitivo e comercial impostos, o cavalo tem se transformado num atleta, tendo seu desempenho exigido ao máximo. Face a esta realidade, fez-se necessário o desenvolvimento do profissional técnico na mesma proporção, apto a suprir as necessidades dos criadores e proprietários dos cavalos que participam de provas. Podem se incluir aqui a criação e reprodução eqüinas, sendo estas áreas de grande importância dentro de uma propriedade. Os resultados competitivos têm início onde a base dos atletas a serem criados deverá ser sólida.

Garanhão




A fim de facilitar o manejo durante a estação de monta, é necessário programar a utilização do garanhão quanto ao número de éguas a serem cobertas e o tipo de cobertura a ser realizada, ou seja, monta natural ou inseminação artificial, e nesta, sêmen fresco, resfriado ou congelado. Para que isto ocorra terão de se realizar exames físicos e andrológicos antes do início da temporada. Estes “exames de outono” são úteis para identificar a capacidade reprodutiva do animal, e assim selecionar o melhor método de cobertura a ser utilizado.

Em haras onde o manejo reprodutivo é intenso, esse exame poderá ser realizado mensalmente, com o objetivo de se estabelecer uma curva anual baseada na concentração espermática, propiciando assim excelente controle do sêmen e antecipando alterações bruscas na taxa de fertilidade.

Alguns cuidados no manejo deverão também ser tomados antes do início da atividade reprodutiva. Entre os mais importantes, se destacam a manutenção de um estado corporal atlético, pronto para coberturas diárias; evitar vacinas que possam causar febre, pois se refletirá negativamente durante a temporada e manter uma rotina diária durante a estação de monta, condicionando assim o animal e evitando qualquer tipo de estresse.

Quanto à alimentação, deve-se evitar mudanças na qualidade e quantidade da ração a ser ministrada. Poderão ser utilizados, nesse período, precursores de ácidos graxos (gorduras) polinsaturados para aumentar em até 1,5 a concentração espermática e a qualidade do sêmen congelado, prática que está sendo bastante difundida.

Éguas




O foco da reprodução está na taxa de concepção das reprodutoras. O resultado final da temporada de monta acontece sempre no ano seguinte, com o nascimento do potro. Essa sim é a real taxa de aproveitamento reprodutivo. No entanto, vários fatores influenciam nesse índice e o sucesso depende da perícia com que são manejados.

Entre os fatores que diretamente determinam a eficiência repro­dutiva das éguas, estão o estado corporal, tipo de alimentação, idade, condição reprodutiva (vazia, virgem ou parida), tipo de cobertura a ser empregada e a presença de infecções.

A reprodutora deverá estar saudável para a concepção, isto é, ter um estado corporal atlético compatível com a idade, alimentação balanceada, estar ciclando corretamente e possuir sanidade reprodutiva, ou seja, sem problemas físicos e infecciosos no trato reprodutivo.

Levando em consideração a cobertura, as afecções poderão ser divididas em: pré-cobertura (anestro, endometrite, cistos uterinos, falha em mostrar cio, problemas físicos) e pós-cobertura (endometrite – inflamação da mucosa uterina pós-cobertura, falha na ovulação, morte embrionária precoce, aborto e distocia – parto difícil).

Estes problemas poderão ser atenuados com o uso de algumas práticas como:

• exames ginecológicos realizados nas éguas vazias antes da temporada, detectando anormalidades e sua pronta resolução antes do inicio da estação;

• programas de luz artificial, inclusive para éguas em anestro pós-parto, ajudando na atividade ovariana;

• uso de rufião na propriedade;

• escolha correta das éguas que deverão ser cobertas no cio de potro, evitando assim contaminações uterinas;

• determinação do tipo de cobertura mais apropriado para as éguas problemáticas e idosas;

• manutenção de programa nutricional adequado para cada fase gestacional;

• acompanhamento veterinário mensal da égua prenha.

Todos estes fatores se aplicam também à prática da transferência de embriões, onde a sanidade, tanto da doadora, como da receptora, resulta em melhor qualidade e maiores taxas dos embriões coletados e sua conseqüente concepção.

Atualmente, a profilaxia é a prática de maior atenção nos eqüinos. Um programa de vacinação correto de um plantel vitará surtos infecciosos e conseqüentes abortos. O uso de imuno-estimulantes uterinos evita não só endometrites inconvenientes como também algumas placentites (infecção da placenta) e a vermifugação deverá ser levada em consideração, já que alguns parasitas passam da mãe para o produto.

O importante é estabelecer um ambiente saudável na propriedade, priorizando a convivência com a flora existente e não a sua modificação ou total degradação.

Outro fator que poderá levar a alterações no manejo da reprodutora é a determinação do sexo do feto, realizada entre 60 e 70 dias de gestação. Isso possibilitará aos criadores tomarem decisões em relação ao objetivo comercial da égua e do futuro produto, local de parto e escolha de garanhão.

Quanto ao parto, a égua deverá ser preparada um mês antes e ser planejado de que forma se dará, dentro ou fora da cocheira, com intervenção humana ou não. De qualquer forma, é importante que seja assistido, pois dessa maneira poderão ser evitadas várias complicações, como lacerações (rupturas) nas éguas e asfixia dos recém-nascidos, bem como evitar acidentes entre a nova unidade égua-potro.



















Conselhos do autor

1. Os garanhões devem estar em bom estado nutricional, prontos para a temporada. Caso isto não seja possível, é preferível que estejam um pouco acima do peso do que abaixo. O ideal seria trabalhar os animais antes da estação, para adquirirem bom condicionamento físico e boa libido.
2. Condicionar os garanhões previamente quanto ao tipo de cobertura, ou seja, monta natural ou coleta de sêmen e, essa última, em égua cavalete ou em manequim. Tentar não misturar as práticas durante a mesma temporada.
3. A quantidade de ração a ser fornecida às éguas prenhas não deverá ser diferente das demais até o último trimestre, onde então deverá ser aumentada a quantidade em até 1,4 vez. O consumo de água nesta altura também é importante e deverá ser oferecida à vontade, evitando assim problemas como desidratação e cólicas.
4. A parição não deixa de ser uma atividade atlética. Manter as éguas a campo é um bom exercício, pois permite liberdade de movimentos e melhor oxigenação tecidual.
5. Devido aos embriões eqüinos serem mais frágeis do que outras espécies, especialmente antes dos 30 dias de gestação, tentar evitar causas de estresse que levem a um desequilíbrio hormonal uterino com conseqüente morte embrionária.
6. A vacinação e vermifugação são práticas sanitárias seguras de serem utilizadas nas éguas prenhas sem problemas maiores.
7. Assistir aos partos auxiliará no reconhecimento precoce de futuros problemas com a égua e o potro, sendo fator determinante para a sobrevida de ambos.