terça-feira, 12 de outubro de 2010

Síndrome da Domesticação (Cascos achinelados)

Com os estudos da biomecânica da locomoção dos eqüínos ficou comprovado que os métodos de aparação de cascos de ferrageamento, empíricos e que não respeitam a condição anatômica ideal dos cavalos, mantêm as pinças compridas e os talões baixos . Este método de aparação utilizado por falta de conhecimento ou por modismo é prejudicial à vida útil dos vários tecidos que compreendem o sistema locomotor, diminuindo a performance e a vida útil dos cavalos atletas.

As estatísticas mostram que, de cada 100 problemas diagnosticados nos locomotores, 80% estão nos membros anteriores e a grande maioria do joelho para baixo. A grande causa é a falta de alinhamento do sistema digital devido ao ângulo do casco menor do que o ângulo da paleta com a horizontal.



A pinça longa e os talões baixos, ocasionados pelo ângulo do casco menor do que o ângulo da paleta ou escápula, provoca um esforço maior de sustentação nos tendões flexores, ou seja, um braço de alavanca maior para suportar o peso de cima para baixo, que tenta jogar o boleto até o chão.

Os cavalos mais afetados são os atletas em corridas, salto, laço, esbarro, tambor e apartação, que usam os anteriores na propulsão ou paradas bruscas. O stress é maior no tendão flexor profundo devido ao atrito na região dos ossos sesamóideos e navicular.

Imagine o esforço no membro dianteiro em uma remada de mão do cavalo de corrida na reta final, um esbarro de quarto de milha quando o laço tem um novilho preso em sua ponta ou o esforço da puxada para virar o boi em uma vaquejada.

Quanto vale errar alguns graus na aparação do casco de um cavalo?

A tabela a seguir mostra que cada grau de achinelamento equivale a dezenas de quilogramas a mais nos tendões flexores. Coisa que poucos profissionais têm noção.

Os valores a seguir foram estimados para um cavalo atleta de porte médio - 500 Kg de peso vivo (PSI ou BH). Os efeitos podem ser maiores nos animais para hipismo e tração de grande porte.





Conclusão:


1 - Respeite a condição anatômica ideal do seu cavalo.


2 - Conheça o ângulo da paleta e procure aparar o casco monitorando o serviço com um gabarito angulador de casco.


3 - Desconfie do profissional que diz ter olho clínico e que não apresenta maiores conhecimentos de sustentação e locomoção.


4 - O erro de apenas 1 grau representa muitos quilos a mais nos tendões flexores do seu cavalo.


5 - O cuidado consciente da aparação e do ferrageamento aumenta a performance do animal e diminui o risco de afecções.


6 - Devolva sempre o verniz raspado pelas ferramentas de aparação. Use o Cascotônico que devolve o verniz, tem ação lubrificante, bactericida e incentivadora do crescimento e renovação da matéria córnea do casco e ranilha.


7 - Com uma aparação adequada dos cascos e com a escolha das ferraduras e dos cravos que atendam as necessidades do cavalo o seu animal terá o máximo de performance com o mínimo de afecções.

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