Antônio Correa
O esporte evolui bastante desde sua origem até as provas de Rédeas dos dias atuais. Cresceu tomou forma, distribui prêmios milionários e conquistou muitos espectadores.
Da forma empírica como era praticada nos ranchos americanos, a modalidade aperfeiçou-se, resultando em um conjunto de manobras: círculos, controle de velocidade, troca de mão, esbarros, recuos e spins.
Praticada em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, França, Japão, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Brasil, esta modalidade de equitação western é a base de treinamento para cavalo de trabalho.
Na raça Crioula, o esporte iniciou em 2005 e desde lá a modalidade de Rédeas vem crescendo no mercado do Crioulo. No Rio Grande do Sul a adesão desta raça vem adquirindo cada vez mais adeptos nas Rédeas. Neste ano, durante a Expointer levou a final do Classificatoria de Rédeas da ABCCC a ser disputada na pista do Freio de Ouro proporcionando ao grande público prestigiar a modalidade.
AS MANOBRAS
Círculos - O primeiro exercício de Rédeas é o círculo, onde o cavalo apreende a galopar relaxado e na mão certa, além de ter controle de velocidade. Sentado no centro da sela, pés na mesma posição no estribo. O treinador está pronto para ensinar uma importante manobra: os Círculos.
Corpo sempre reto, mãos bem posicionadas nas rédeas, um pouco de pressão no pescoço e muito balanço. Rédeas frouxas, sinal de pouco contato com a boca, o galope é feito em círculos grandes ou pequenos, tomando por base uma linha imaginária na pista
Troca de mão - Alguns cavalos nasceram com a aptidão e fazem a troca naturalmente, outros porém, precisam de um trabalho demorado. Quando o cavalo estiver fazendo o círculo de forma correta, inclusive dos de formato D, à direita e para esquerda, está em condições de começar as trocas de mãos.Precisão na troca é fundamental. Rédeas soltas, cavalo galopando pressionar a perna direita na costela. Na troca, retirar a pressão da perna direita, pressionando com a esquerda, pedindo que o cavalo troque a mão do galope para direita. Ao contrário, quando estiver na mão do galope: a pressão nas costelas com a perna esquerda é retirada na hora de fazer a manobra, mudando a pressão para a direita para haver a troca de mão do galope da direita para a esquerda.
Esbarro - Com um ano de treinamentos diários, finalmente o cavalo consegue realizar com perfeição uma das mais belas manobras de Rédeas.
Tudo começa com um galope. Ao som do comando whoa!!!, o cavalo trava os posteriores, deslizando alguns metros até parar totalmente. O esbarro emociona treinadores e arrebata aplausos da platéia. Técnica e equilíbrio são fundamentais para execução desta manobra. Um leve toque na boca do cavalo, que deve estar fechada e as rédeas quase soltas. Para se conseguir um bom esbarro, o ideal é inicialmente andar ao passo, segurar as rédeas e sentar no fundo da sela. Assim que sentir uma leve pressão na boca, o cavalo deve ceder a nuca e a cabeça, o que deixa a frente mais leve.
Recuos - Manobra que exige paciência, suavidade e muito treino. Muitos treinadores ensinam o cavalo a recuar em “doses homeopáticas”. Com muita calma, mantendo contato com a boca, é feita uma leve pressão. Se ele obedecer e recuar ao passo, o treino é suspenso até o dia seguinte, quando será exigido dois passos. Só após 60 dias de treinos diários é que se começa a pressão com as pernas nas paletas do cavalo. O objetivo é fazê-lo recuar de forma suave, fugindo da pressão do freio. Caso ele recue para um dos lados, deve ser empurrado com a perna para o centro se conseguindo movimentos naturais e recuos em linha reta. Quando isso acontecer, o cavalo estará flexionado em todo seu corpo. Para um bom recuo, nada melhor que um cavalo de boca macia.
Spins - Posterior de dentro no chão, um giro em cima dele, mãos se cruzando, como se estivessem trotando, mas sem bater uma na outra. É o spin, uma manobra que começa com trote de círculos pequenos, ao mesmo tempo que o cavaleiro pressiona a perna de fora, junto com a pressão da rédea de fora para que o animal diminua o círculo.
Trotes em círculos pequenos sem forçar para fora, é hora de relaxar por alguns instantes para prosseguir a manobra. Rédea de fora encostada, perna de fora sobre a de dentro. Mais trotes, no mesmo círculo. Assim, o animal apreende a cruzar as mãos várias vezes no mesmo lugar. De forma gradativa, acrescenta-se a velocidade à manobra.